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O impacto da PrEP para além do que se vê

  • Foto do escritor: Thiago Cherem Morelli
    Thiago Cherem Morelli
  • 29 de mai.
  • 2 min de leitura

Existe um impacto subjetivo relacionado ao uso da PrEP que não vai ser avaliado nos indicadores e no monitoramento clínico da profilaxia: a possibilidade de uma parte dos seus usuários poderem ter relações sexuais sem medo. 

Para algumas pessoas isso pode parecer absurdo, pelo medo de contrair o HIV se tratar de uma experiência tão distante. Para algumas populações o medo reside em outras esferas: o medo de uma gestação não planejada, o medo de não manter a ereção, o medo de sentir dor durante a relação. 

Mas esse medo desproporcional  de contrair o HIV, muitas vezes adicional a esses outros medos, se configura enquanto vivência específica de algumas pessoas, especialmente no caso de homens cis gays e pessoas trans, que nasceram na década de 70, 80 e 90. As campanhas de prevenção por muito tempo se pautaram nesse medo. E isso afastou pessoas de buscarem a testagem para eventual diagnóstico, ainda reforçou o estigma. 


O laço vermelho foi criado em 1991 por grupo de profissionais de arte  para homenagear amigos e parentes mortos pela doença. Hoje representa também a solidariedade e a luta conta à epidemia de aids
O laço vermelho foi criado em 1991 por grupo de profissionais de arte para homenagear amigos e parentes mortos pela doença. Hoje representa também a solidariedade e a luta conta à epidemia de aids

Essas populações sofreram direta ou indiretamente os impactos da epidemia de aids, com a utilização dessa pauta para intensificar o preconceito, a violência e a retirada de direitos. Então, mesmo utilizando o preservativo e tomando cuidados adicionais, existe uma sensação mais forte que impede essas pessoas de relaxarem e se permitirem a ter direito a ter prazer. 

Esse é um dos motivos da mudança de indicação da PrEP no último protocolo do Ministério da Saúde, que permite que o desejo de utilizar a PrEP seja um desses critérios. Ou seja, por mais que a pessoa não tenha histórico de infecções sexualmente transmissíveis, ou que utilize preservativo de forma consistente nas relações, a PrEP pode ser benéfica para permitir com que essa pessoa tenha suas experiências sexuais sem um medo desproporcional de contrair o HIV. 

Se você sente esse medo de contrair o HIV ou de outras preocupações relacionadas à saúde sexual, agende uma consulta para pensar nas melhores estratégias de prevenção indicadas para você! 





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